terça-feira, 20 de março de 2012

O VOO DO PARDAL


LÍDIA JORGE, ESCRITORA de Contos, romances, peças de teatro; «O voo do pardal», na Biblioteca escolar e os alunos dos 5ºG e 5ºH

O problema da Literatura Portuguesa é que está cheia de mulheres bonitas e talentosas como esta, Lídia Jorge, natural de Boliqueime, terra de Aníbal Cavaco Silva; será que se conhecem?

Lídia nasceu em Boliqueime em 18 de Junho de 1946. Como consegue ela ser tão bonita ainda, não entendemos. Frequentará a Corporacion Dermoestética, a Persona, ou aqueles ares vir-lhe-ão antes do talento e da Literatura?

Onde foi ela arranjar aquelas luvas de renda, sem dedos, que parecem saídas de um filme a preto e branco, americano, daqueles que não conseguimos deixar de ver, sonhando transformar-nos na atriz que domina a história?

E o penteado original que nunca vimos em nenhum cabeleireiro?

Não sabemos…E de onde lhe vem o ar tão calmo?

Então vejam em história resumidíssima a sua vida de escritora, premiada e viajada, que também não esqueceu os mais pequenos no Conto proposto pelo Plano Nacional de Leitura e que poderás encontrar na Biblioteca da Escola, O Voo do Pardal - Se gostas de cores, damos-te uma ajuda, a capa é amarelada; e um jardim verde que parece atrair o dono de uma casa elegante, que se encontra no amor e na amizade com um pardal deficiente, de uma pata, vai ensinar-lhe a liberdade, como senha para a plenitude do encontro e do sentimento mútuo.

Mas resultarão estas relações? Lídia estudou Filologia Românica em Lisboa, na Faculdade de Letras, que mais tarde a convidou para Professora.

Viveu em Lisboa, foi professora do Ensino Secundário, foi viver para África com o marido e as filhas; o ambiente africano e a guerra colonial passam a ser cenário de alguns dos seus livros, como A Costa dos Murmúrios, que foi posto em cinema; a cidade de Lisboa é igualmente cenário de algumas histórias, nomeadamente, Noticias da Cidade Silvestre, que nos fala dos ambientes superficiais de Lisboa, no período pós 25 de Abril, na amizade e nos poucos amigos que nos ficam, por vezes e só nas pessoas despretensiosas e insignificantes, que se revelam humanas.

O Jardim sem limites e O dia dos Prodígios de novo nos falam de Lisboa, nos anos 80 e nos homens\estátua, nos artistas sem rumo, nem caráter, nas mulheres pobres lisboetas, muito bem arranjadas, experimentando eternas toillettes que não chegam a comprar; na literatura que nos faz pensar na vida à nossa volta.

Lídia acredita, como Sophia de Mello Breyner Andresen que a Literatura tem por função questionar as pessoas e propor-lhes um mundo construído com mais valores.

E assim o seu último livro que me encontro a ler, A Noite das Mulheres Cantoras foi já premiado; e fala do difícil mundo dos artistas e do espetáculo. De novo se coloca a questão dos valores entre os artistas nas relações humanas, onde cada vez mais tudo parece um difícil jogo de interesses.

Deixamos-te assim com os trabalhos de reconto dos alunos dos 5ºG e H para este conto, que parece simples, mas fala do mais difícil entre os homens: o amor.

Sobre os Prémios atribuídos a Lídia Jorge deixamos-te uma síntese para fazeres uma ideia sobre o Mundo das Sociedades Literárias e o valor da escritora: Casa de Mateus-Vila Real D. Dinis; Bordalo da Literatura; Casa da Imprensa; Máxima; Ficção do P.E.N. Clube; Jean Monet; Literatura Europeia; Escritor Europeu; Grande Prémio da Associação Portuguese de Escritores; Correntes de Escrita; Internacional da Literatura da Fundação Gunter Grass; Ricardo Malheiro, entre outros prémios.

A Câmara Municipal da Albufeira deu o seu nome à Biblioteca Municipal. O livro O cais das merendas é uma sátira à sociedade Turística do Algarve, nos anos 80.

O Voo do Pardal-reconto

1  -  Henrique Gaspar era uma pessoa que gostava de viver só, de todos os pássaros, salvo de pardais; tinha uma casa, admirada na aldeia pelo traçado arquitetónico, modernista; e, sobretudo, pelo jardim verde e diferente, do qual cuidava permanentemente.

 2 - Certo dia, encontrou um pardal, que só tinha uma pata e tinha dificuldades em voar. E por isso passou a ser o motivo de atenção do dono da casa.

3 – Henrique ficou com pena do pardalito e levou-o para a sua casa. Curou-o com sulfamidas, Betadine e algodão.

4 – O pardal, depois de curado, só andava num lugar da casa. Também se habituou a estar ao ombro do novo dono.

5 – Um amigo de Henrique adorava tirar fotos ao pardal; e este torna-se o centro da atenção da casa, que passa a ter visitas de amigos de Henrique Gaspar.

6 – O dono passa a chamar-lhe o Perna Só e ensina-o a voar. Também não lhe leva a mal quando este faz as necessidades nos novos sofás brancos da grande sala.

7 – Então ambos compreenderam que o pardal tinha que aprender a voar, em grupo e sair de casa. E assim foi… Henrique conseguiu pôr o pardal a voar…

8 – O pardal, porém, tinha-se habituado à vida com este amigo; e sempre regressou a casa, a partir de então…

9 – Sentiu que o dono iria sofrer com a sua ausência.

10 - E a partir dali, já nenhum se sentiu só, passando o pardal a visitar Henrique, em liberdade.

Será que estas relações resultam também em seres humanos? Deixamos-te a pensar … e dir-nos-ás alguma coisa ….



Participaram neste trabalho os alunos do 5º G, em leitura, interpretação, reconto e ilustração os alunos Ana Bárbara, Carlos, Daniel, Diogo Carvalho, Diogo Lourenço, Diogo Fraga, Duarte, Emanuel, Flávio, Gonçalo, Graça, Hilário, Joana Pereira, João Carlos, Maria de Fátima, Marisa, Pedro, Rita, Ruben; e também os alunos do 5º H, Adelina Isabel, Adriano, Beatriz, Daniel Gomes dos Santos, Daniel Filipe Gomes, Daniela, Joel, Maria João, Mariana, Miguel Peixoto, Pedro Miguel, Rafael, Sara, Vanessa e Neuza.

Trabalho de grupo para Língua Portuguesa.

A Professora:

 Isabel Lacerda Cabral


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