quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Parabéns Flintstones

Celebram hoje 50 anos os fantásticos Flinstones.

Os Flintstones (em inglêsThe Flintstones) é uma famosa série de televisão animada produzida pela Hanna-Barbera de 1960 a 1966. O desenho retrata o cotidiano de uma família da classe média da Idade da Pedra. Calcula-se que já foi assistido por 300 milhões de espectadores em 80 países, sendo dobrado em 22 idiomas.
No desenho animado, a família Flintstone vive na cidade pré-histórica de Bedrock, trabalha numa pedreira e dirige um carro com rodas de pedra, movido pelos pés. Eles têm uma família de amigos, o casal Rubble, e animais de estimação: um dinossauro e um tigre dente de sabre. Com o tempo, surgiram a filha Pedrita, dos Flintstones, em 1962, e o filho adoptivo Bambam, dos Rubbles, em 1963.[1]
Exibida pela primeira vez em 30 de Setembro de 1960, Os Flintstones foi a primeira e a mais duradoura série animada de comédia de todos os tempos. Ela foi a primeira animação a exibir uma história contínua num episódio de meia hora, ao contrário dos desenhos animados até então, bem mais curtos. Ela foi também a primeira série de animação exibida em horário nobre e tornou os seus criadores, a empresa Hanna-Barbera Productions, um dos maiores estúdios de Hollywood.[
Adaptado da Wikipédia

Os Flintstones - A Máquina do Tempo - 04 de 04

Os Flintstones - A Máquina do Tempo - 03 de 04

Os Flintstones - A Máquina do Tempo - 02 de 04

Os Flintstones - A Máquina do Tempo - 01 de 04

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


Pequeno folheto concebido pela professora Emília Raposo, distribuído na biblioteca e nos recreios da escola.
LIGA-TE AO MUNDO! 

Dia Europeu das Línguas - 26/09/2010






DIA EUROPEU LÍNGUAS
O QUE É A LÍNGUA PORTUGUESA?
O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades lusofalantes.
Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo.
É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, conforme a perspectiva do observador.
Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade.
Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialectos) ou grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo de divisão.
(in Instituto Camões Portugal)





ONDE SE FALA A LÍNGUA PORTUGUESA?
Com uma pequena excepção - constituída pelo território de Portugal continental e insular (e pelas comunidades emigrantes de França, Canadá, Estados Unidos, etc.) -, a língua portuguesa é falada na zona compreendida entre as duas linhas tropicais (ver mapa).
Entre o trópico de Câncer e o Equador encontram-se Cabo Verde, Guiné, Goa e Macau. Nestas regiões, o português é falado por uma parte mais europeizada da população, a par de outras línguas, como os crioulos africanos, o concanim (dialecto do marata) e o cantonês (língua do sul da China). Aí também se encontram Diu e Damão, onde a manutenção do português não está assegurada; mas os crioulos aí desenvolvidos seguirão um processo de desenvolvimento análogo ao que ocorreu no Sri-Lanka e em Malaca. Do outro lado do mundo, na Guiana Holandesa, a província de Surinam alberga uma outra relíquia do passado colonial: o papiamento.
        Entre o Equador e o trópico de Capricórnio, o panorama é muito mais amplo e mais complexo. Em São Tomé, português e crioulos mantêm um convívio semelhante ao de Cabo Verde, enquanto em Timor um português de implantação relativamente recente não teve tempo de crioulizar.
Ao lado destas pequenas unidades linguísticas, acham-se os maiores espaços lusofalantes do mundo:
a)        o Brasil
b)            Angola e Moçambique, onde o português reparte a sua influência com numerosas línguas nacionais e é falado como língua materna por uma parte não maioritária da população.

(in Instituto Camões Portugal)




Porque se fala português em tanto mundo?
A língua portuguesa foi transportada para os territórios colonizados durante a expansão extra-europeia, sendo um dos principais instrumentos desse processo.
Quando a expansão começou no início do séc. XV, a língua acabava de sair de uma outra fase de expansão territorial, que a transportara até ao Algarve desde o seu berço: as terras galegas e nortenhas.
O português é uma língua nascida no norte e que cresceu para sul. Tal como aconteceu com o castelhano e com o francês, começou por ser um conjunto de dialectos provinciais (galego-portugueses), passou a língua de uma nação e depois a veículo de um império. Distinguem-se, neste percurso, dois ciclos sucessivos:
I.           o da elaboração da língua, desenvolvido entre os sécs. IX e XIV na esteira da Reconquista territorial.

II. o da expansão da língua: enquanto se consolida e estrutura dentro de portas, a língua portuguesa expande-se para fora das fronteiras europeias. (in Instituto Camões Portugal)




PORTUGUÊS ESCRITO EM OUTROS IDIOMAS

AlemãoPortugiesisch
Árabeالبرتغالية ([al-burtuġālīya])
BretãoPortugaleg
CatalãoPortuguès
Chinês葡萄牙语 ([Pútáoyáyǔ])
Coreano포르투갈어 ([porɨtuɡaɾə])
CórnicoPortyngalek
Crioulo haitianoPòtigè
CroataPortugalski jezik
CurdoPortugalî
DinamarquêsPortugisisk
EslovacoPortugalčina (Portugalský jazyk)
EslovenoPortugalščina (Portugalski jezik)
EspanholPortugués
EsperantoPortugala lingvo
EstonianoPortugali keel
FeroêsPortugisiskt
FinlandêsPortugali
FrancêsPortugais
GalegoPortugués
GalêsPortiwgaleg
língua georgiana პორტუგალიური ([p'ort'ugaliuri])
GregoΠορτογαλικά ([portogaliká])
GroenlandêsPortugalimiusut
Hebraicoפורטוגזית ([portugezit])
 HolandêsPortugees
HúngaroPortugál
InglêsPortuguese
ItalianoPortoghese
IslandêsPortúgalska
Japonêsポルトガル語 ([porutogarugo])
LatimLingua lusitana
LuxemburguêsPortugies
HolandêsPortugees
MirandêsPertués
NorueguêsPortugisisk
Panjabiਪੁਰਤਗਾਲੀ ਭਾਸ਼ਾ ([puretgali bhasha]; em escrita gurmukhi), پرتگالی زبان ([purtagali zeban]; em escrita shahmukhi),
Persaزبان پریتغال
Polonês/PolacoPortugalski
RomanchePortugais
RomenoPortugheză
RussoПортугальский ([Portugal'skiy])
SuaíliKireno
SuecoPortugisiska
Línguas TagaloKapampanganIlocanoCebuanoPortuges
Tcheco/ChecoPortugalština
TurcoPortekizce
UcranianoПортугальська ([portuhal'ska])
VietnamitaTiếng Bồ Đào Nha
ZuluIsiPutukezi
 (DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS)

CURIOSIDADES SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA

DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Era uma vez...


Apresenta-se o texto utilizado na primeira sessão da actividade de leitura "Era uma vez nas Ciências" realizada na biblioteca e respectivo selo da leitura.  


Escola Monsenhor Jerónimo do Amaral
Texto literário enquadrado no âmbito do  projecto “Era uma vez…”
Ciências da Natureza, 6º Ano de Escolaridade

                Maria, criança de olhos azuis, cabelos louros, três anos de idade. Como tantas outras crianças, Maria tinha prazer em comer e nunca se encontrava saciada. A mãe dela desconhecia por completo o valor dos alimentos e ficava feliz ao vê-la comer. Bolachas, flocos, chupas, rebuçados, salsichas, entre outros, tudo fazia parte da sua alimentação.
                Quando tinha apenas quinze anos um amigo bem lhe disse: -“Tem cuidado Maria, pela boca morre o peixe”.
                Maria foi crescendo, ficando gorda e aos quarenta e três anos precisou de colocar uma banda gástrica. Parte da sua vida, passou a ser vivida nos serviços de saúde. Maria olhava-se ao espelho mas não aceitava o seu corpo.
                Aos quarenta e quatro anos tornou-se diabética dependente da insulina. Maria, morreu bem cedo, com apenas cinquenta anos. Era mais uma, como tantas outras pessoas que engrossam a lista de mortos porque nunca souberam comer.
Era uma vez, uma Maria, que já partiu porque nunca aprendeu a comer correctamente.
                                                                                                              Prof. Teresina F. Bezerra





A LITERATURA INFANTIL NÃO PRECISA DE FICHAS

http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/escolas/livrostexto.php?idLivrosAreas=21



A LITERATURA INFANTIL NÃO PRECISA DE FICHAS
 Por que motivo há livros para crianças com umas estranhas fichas no final, logo após o texto a ser lido? Será que os livros dirigidos aos adultos incluem fichas desta natureza? É claro que não! Tudo resulta de um grande equivoco entre a leitura de um texto literário para crianças e a necessidade que pais e professores sentem em avaliar a compreensão do texto em causa e/ou realizar prolongamentos do mesmo. Estamos perante um problema grave que exige reflexão da nossa parte.

 É hoje comummente aceite que o livro para crianças deve ser um objecto de arte e, por isso mesmo, possuir uma dimensão estética; o texto literário, a ilustração e o trabalho do designer gráfico formam um todo que vai ser fruído pelo jovem leitor, tantas vezes quantas o livro é aberto para puro gozo de quem saboreia uma iguaria. Este facto não anula, antes reforça, a apreensão de saberes que qualquer leitura oferece, o que representa uma mais-valia para um ser em construção. Toda a literatura, seja para adultos, seja para crianças, traz consigo uma vocação pedagógica, porque fala do mundo e contribui para que o compreendamos; nunca somos os mesmos após a leitura de uma obra. Com as crianças, tudo isto é facilmente visível, porque a polissemia do texto e da imagem vai alimentar o seu conhecimento linguístico, a sua capacidade de verbalização das emoções, a sua ligação afectiva aos outros. A cumplicidade que um livro gera entre o adulto e a criança leitora (aqui num sentido muito amplo, que inclui as que ainda não foram alfabetizadas) é fundamental para o desenvolvimento desta.

 Há pais que, na ânsia de levar os seus filhos a níveis escolares de excelência, o que é natural, transformam os poucos momentos de que dispõem para brincar com as crianças em meros prolongamentos da escola, sacrificando esse espaço de ternura e de amor em nome de hipotéticos avanços cognitivos.

 Vemos, com frequência, que uma simples história vai ser pretexto para largos minutos didácticos e pedagógicos, transformando-se o pai (ou a mãe) num segundo professor, o que traz consequências negativas que não podem ser subestimadas. Interessará realmente verificar se a criança compreendeu a história? Para ela, o mais importante foram aqueles minutos mágicos em que o pai e/ou a mãe lhe leram a história, salpicada pelo olhar e voz doces que jamais esquecerá. E se não tiver compreendido alguma coisa, ela pergunta, porque uma criança não é idiota.

 Há professores que vivem numa inteira dependência das fichas, reduzindo parte significativa do trabalho escolar à sua utilização em sala de aula. Se encontram um livro de narrativas com fichas de explicação dos textos, de aplicação de uma moral (?) ou de exercícios de vocabulário, ficam felizes, porque podem ocupar as crianças com essas tarefas. Trata-se de um terrível engano, pois a leitura recreativa dispensa fichas de interpretação ou de aplicação de conteúdos.

 Certos editores, conhecendo estes pecados de pais e docentes, apostam nestas fichas na medida em que sabem que os livros se vendem mais facilmente. Está na altura de todos dizermos Não!. As crianças merecem o nosso respeito e não podem ser enganadas com a conivência dos adultos responsáveis pela sua formação.

 Os pais recorrerão aos livros para alimentarem momentos de amor e de humor, ajudando os filhos a descobrir o seu mundo interior e a compreender o meio envolvente – este é o segredo dos bons livros para crianças, livros que ajudam a crescer, de forma harmoniosa. Os professores, em nome da eficácia, distinguirão, de forma muito clara, o que e a leitura de puro prazer e recreio da leitura de trabalho, que exige esforço e alargamento de competências; neste caso, quando quiserem recorrer a questionários ou a outras ferramentas, farão as devidas opções que, somos levados a crer, não se coadunam com o estereótipo que tolhe a imaginação e a inteligência.

 Por tudo o que foi referido, acreditamos que as escolhas de livros presentes nas listas do P.N.L., se pautarão pela observação atenta dos livros a serem escolhidos para as crianças, pondo de lado aqueles que trazem consigo um presente tóxico – a fichazinha.

Rui Marques Veloso
Leonor Riscado

Selos "Era uma vez na Matemática"

Selos das leituras realizadas na biblioteca no âmbito do "ERA UMA VEZ NA MATEMÁTICA" integradas no projecto "A LER +".

As inteligências


O psicólogo Howard Gardner da Universidade de Harward, nos Estados Unidos, propõe “uma visão pluralista da mente” ampliando o conceito de inteligência única para o de um feixe de capacidades. Para ele, a inteligência é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos valorizados num ambiente cultural ou comunitário. Assim, ele propõe uma nova visão da inteligência, dividindo-a em 7 competências diferentes que se interpenetram, pois sempre que resolvemos um problema utilizamos mais do que uma capacidade..

Embora existam predominâncias, as inteligências se integram:

Inteligência Verbal ou Lingüística: habilidade para lidar criativamente com as palavras na linguagem escrita e falada, implicando compreensão e capacidade de expressão..
Inteligência Lógico-Matemática: capacidade para solucionar problemas envolvendo números e demais elementos matemáticos; habilidades para o raciocínio dedutivo.
Inteligência Cinestésica Corporal: capacidade de usar o próprio corpo de maneiras diferentes e hábeis.
Inteligência Espacial: noção de espaço e direcção, capacidade para visualizar e interpretar imagens mesmo que estas não sejam concretas/visíveis.
Inteligência Musical: capacidade de organizar sons de maneira criativa.
Inteligência Interpessoal: habilidade de compreender os outros; a maneira de como aceitar e conviver com o outro. Capacidade em saber como tirar de cada um o que precisa - característica dos líderes.
Inteligência Intrapessoal: capacidade de relacionamento consigo mesmo, autoconhecimento. Habilidade de administrar os seus sentimentos e emoções a favor dos seus projectos. É a inteligência da auto-estima.

Segundo Gardner, todos nascem com o potencial das várias inteligências. A partir das relações com o ambiente, aspectos culturais, algumas são mais desenvolvidas ao passo que deixamos deperfeiçoar outras.
Nos anos 90, Daniel Goleman, também psicólogo da Universidade de Harward, afirma que ninguém tem menos que 9 inteligências. Além das 7 citadas por Gardner, Goleman acrescenta mais duas:

Inteligência Pictográfica: habilidade que a pessoa tem de transmitir uma mensagem pelo desenho que faz.
Inteligência Naturalista: capacidade de uma pessoa em sentir-se um componente natural.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ESCRITOR DO MÊS DE SETEMBRO




















EÇA DE QUEIRÓS

BIOGRAFIA

José Maria de Eça de Queirós nasceu em Novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro da cidade; foi baptizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, e de Carolina Augusta Pereira d'Eça.[2] O pai de Eça de Queirós, magistrado e par do reino, convivia regularmente com Camilo Castelo Branco, quando este vinha à Póvoa para se divertir no Largo do Café Chinês.
Eça de Queirós foi baptizado como «filho natural de José Maria d'Almeida de Teixeira de Queirós e de Mãe incógnita» [carece de fontes?], fórmula comum [carece de fontes?] que traduzia a solução usada em caso similares nos registos de baptismo quando a mãe pertencia a estratos sociais elevados.
Uma das teses para tentar justificar o facto dos pais do escritor não se terem casado antes do nascimento deste sustenta que Carolina Augusta Pereira de Eça não teria obtido o necessário consentimento da parte de sua mãe, já viúva do coronel José Pereira de Eça. De facto, seis dias após a morte da avó que a isso se oporia, casaram-se os pais de Eça de Queirós, quando o menino tinha quase quatro anos.
Nessa altura, foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos, para a Universidade de Coimbra onde estudou direito. Além do escritor, os pais teriam mais seis filhos.
O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra e ainda escritor e poeta. Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados a avulso na revista "Gazeta de Portugal", foram depois coligidos em livro, publicado postumamente com o título Prosas Bárbaras.
Em 1866, Eça de Queirós terminou a Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra e passou a viver em Lisboa, exercendo a advocacia e o jornalismo. Foi director do periódico O Distrito de Évora. Porém continuaria a colaborar esporadicamente em jornais e revistas ocasionalmente durante toda a vida. Mais tarde fundaria a Revista de Portugal
Em 1869 e 1870, Eça de Queirós fez uma viagem de seis semanas ao Oriente. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus trabalhos, o mais notável dos quais o O mistério da estrada de Sintra, em 1870, e A relíquia, publicado em 1887. Em 1870 ingressou na Administração Pública, sendo nomeado administrador do Concelho de Leiria. Foi enquanto permaneceu nesta cidade, que Eça de Queirós escreveu a sua primeira novela realista, O Crime do Padre Amaro, publicada em 1875.
Tendo ingressado na carreira diplomática, em 1873 foi nomeado cônsul de Portugal em Havana. Os anos mais produtivos de sua carreira literária foram passados em Inglaterra, entre 1874 e 1878, durante os quais exerceu o cargo em Newcastle e Bristol. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, como A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Manteve a sua actividade jornalística, publicando esporadicamente no Diário de Notícias, em Lisboa, a rubrica «Cartas de Inglaterra». Mais tarde, em 1888 seria nomeado cônsul em Paris.
Seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do século XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com capítulos de uma aventura de vingança bárbara que se passa no século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o protagonista. Trata-se de uma novela chamada A Torre de D. Ramires, em que antepassados de Gonçalo são retratados como torres de honra sanguínea, que contrastam com a lassidão moral e intelectual do rapaz.
Morreu em 16 de Agosto de 1900 na sua casa de Neuilly, perto de Paris. Teve funeral de Estado[4]. Está sepultado em Santa Cruz do Douro.
Foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Fradique Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho Ortigão, aparece também no Mistério da Estrada de Sintra. Seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente vinte línguas.





Bibliografia:

·         O mistério da estrada de Sintra (1870)
·         O Crime do Padre Amaro (1875)
·         A tragédia da rua das flores (1877-78)
·         O Primo Basílio (1878)
·         O mandarim (1880)
·         As minas de Salomão (1885)
·         A relíquia (1887)
·         Os Maias (1888)
·         Uma campanha alegre (1890-91)
·         O tesouro (1893)
·         A Aia (1894)
·         Adão e Eva no paraíso (1897)
·         Correspondência de Fradique Mendes (1900)
·         A Ilustre Casa de Ramires (1900)
·         A cidade e as serras (1901, póstumo)
·         Contos (1902, póstumo)
·         Prosas bárbaras (1903, póstumo)
·         Cartas de Inglaterra (1905, póstumo)
·         Ecos de Paris (1905, póstumo)
·         Cartas familiares e bilhetes de Paris (1907, póstumo)
·         Notas contemporâneas (1909, póstumo)
·         Últimas páginas (1912, póstumo)
·         A Capital (1925, póstumo)
·         O conde de Abranhos (1925, póstumo)
·         Alves & Companhia (1925, póstumo)
·         Correspondência (1925, póstumo)
·         O Egipto (1926, póstumo)
·         Cartas inéditas de Fradique Mendes (1929, póstumo)
·         Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas (1949, póstumo).


A s obras e principais personagens:

·         O Crime do Padre Amaro:   Amaro | Amélia | Tótó | Cónego Dias | S. Joaneira

·         O Primo Basílio: Luisa | Basílio | Jorge | Juliana | Julião | Ernestinho | Sebastião | Leopoldina | Acácio


·         O Mandarim: Teodoro | D. Augusta


·         A Ilustre Casa de Ramirez: Gonçalo Ramires | Titó  | Castanheiro | Videirinha | André Cavaleiro | Gracinha Ramires | Irmãs Lousadas

·         As Cidades e as Serras: José Fernandes | Jacinto | Joaninha

·         O Conde de Abranhos: Conde de Abranhos | Z. Zagalo | Desembargador Amado | Laura Amado | Virgínia | Padre Augusto


·         Alves e Cª.: Godofredo Alves | Ludovina Alves | Machado












Características do Realismo
  • Veracidade:
Despreza a imaginação romântica
  • Contemporaneidade:
descreve a realidade, falar sobre o que está acontecendo de verdade.
  • Retrato fiel das personagens:
carácter, aspectos negativos da natureza humana
  • Gosto pelos detalhes:
Lentidão na narrativa
  • Materialismo do amor:
Mulher objecto de prazer/adultério
  • Denúncia das injustiças sociais
mostra para todos a realidade dos fatos
  • Determinismo e relação entre causa e efeito
O realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de factores que justificasse suas acções. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e a hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos individuos.
  • Linguagem próxima à realidade:
simples, natural, clara e equilibrada.
Principais diferenças entre Romantismo e Realismo




O Realismo na literatura
Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do quotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.
Uma característica do romance realista é o seu forte poder de crítica, adoptando uma objectividade que faltou ao romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Se um autor desejasse criticar a postura da Igreja Católica, não escreveria um soneto anticristão, porém escreveria histórias que envolvessem-na de forma a inserir nessas histórias o que eles julgam ser a Igreja Católica e como as pessoas reagem a ela.
Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjectiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objectiva, fiel, sem distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave Flaubert, Honoré de Balzac, Eça de Queirós, Raul Pompéia (impressionista)
Realismo em Portugal
O Realismo na Literatura surge em Portugal após 1865, devido à Questão Coimbrã e às Conferências do Casino, como resposta à artificialidade, formalidade e aos exageros do Romantismo de uma sentimentalidade mórbida. Eça de Queirós é apontado, junto a Antero de Quental, como o autor que introduz este movimento no país, sendo o romance social, psicológico e de tese a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distracção e torna-se meio de crítica a instituições, à hipocrisia burguesa (avareza, inveja, usura), à vida urbana (tensões sociais, económicas, políticas) à religião e à sociedade, interessando-se pela análise social, pela representação da realidade circundante, do sofrimento, da corrupção e do vício. A escravatura, o racismo e a sexualidade são retratados com uma linguagem clara e directa. A primeira manifestação do Realismo em Portugal deu-se inicialmente na Questão Coimbrã, polémica esta que significou, nas palavras de Teófilo Braga “a dissolução do Romantismo”. Nela se manifestaram pela primeira vez as novas ideias e o novo gosto de uma geração que reagia contra o marasmo em que tinha caído o Romantismo. Atacando o estado das letras nacionais e propôs uma nova arte, uma arte revolucionária, que respondesse ao "espírito dos tempos" (zeitgeist), uma arte que agisse como regeneradora da consciência social, que pintasse o real sem floreados. Para Eça só uma arte que mostrasse efectivamente como era a realidade, mesmo que isso implicasse entrar em campos sórdidos, poderia fazer um diagnóstico do meio social, com vista à sua cura. Assim reagia contra o espírito da arte pela arte, visando mostrar os problemas morais e assim contribuir para aperfeiçoar a Humanidade. Com este cientificismo, Eça de Queirós já situava o Realismo na sua posição extrema de Naturalismo.

A implantação efectiva do Realismo dá-se com a publicação do
O Crime do Padre Amaro, seguida, dois anos mais tarde, pelo Primo Basílio, obras ambas de Eça, que são caracterizadas por métodos de narração e descrição baseados numa minuciosa observação e análise dos tipos sociais, físicos e psicológicos, aparecendo os factores como o meio, a educação e a hereditariedade a determinarem o carácter moral das personagens. São romances que têm afinidade com os de Émile Zola, com o intuito de crítica de costumes e de reforma social.
O primeiro desses romances foi acolhido pelos críticos de então com um silêncio generalizado. O segundo provocou escândalo aberto. E a polémica e a oposição entre Realismo e Romantismo estala definitivamente. Pinheiro Chagas ataca Eça considerando-o antipatriota, pelo modo como apresenta a sociedade portuguesa. Chegaram a aparecer panfletos acusando os realistas de desmoralização das famílias (Carlos Alberto Freire de Andrade: A escola realista, opúsculo oferecido às mães).
.
Por volta de 1890 o Realismo/Naturalismo tinha perdido o seu ímpeto em Portugal. Em 1893 o próprio Eça o declarava morto nas Notas Contemporâneas: “o homem experimental, de observação positiva, todo estabelecido sobre documentos, findou (se é que jamais existiu, a não ser em teoria)
Embora por vezes doutrinariamente fraco e/ou confuso o Realismo em Portugal apresenta-se por isso mesmo, mais do que um movimento consistente, como uma tendência estética, um sentir novo, que se opôs ao Idealismo e ao Romantismo. A sua consequência mais importante foi a introdução em Portugal às influências estrangeiras nos vários domínios do saber. Alargando as escolhas literárias e renovando um meio literário que estava muito fechado sobre si mesmo.