terça-feira, 4 de janeiro de 2011

dia mundial do braille

Encontra-se aberta ao público uma pequena exposição sobre este dia onde se podem ler 7 histórias em Linguagem Braille: As roupas novas do Imperador, Virgolino Vuiolino, O pintas dragão, A pequena sereia, Os óculos do coelho cenourinha, O sapateiro remendão e A herdade do Joãozito.



BIBLIOTECA ESCOLAR
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MONSENHOR JERÓNIMO AMARAL



A ORIGEM DO MÉTODO BRAILLE



Um dia, um menino de 3 anos estava na oficina do pai e vendo-o fazer arreios e selas, pensou: Quando for grande quero ser como o meu pai”.


Este menino, de nome, Louis Braille nasceu em 4 de Janeiro de 1809 em Coupvray, na França, a cerca de 40 quilómetros de Paris. Certo dia, ao tentar imitar o seu pai, agarrou num instrumento pontiagudo e começou a bater numa tira de couro. O instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo. Pouco tempo depois, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego.


Com o passar do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente desaparecendo e ele deixou de se lembrar das cores.


Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Na tentativa de que Louis tivesse uma vida o mais normal possível, os pais e o padre da paróquia, Jacques Palluy, matricularam-no na escola local. Louis tinha enorme facilidade em aprender o que ouvia e em determinados anos foi seleccionado como líder da turma. Com 10 anos de idade, Louis ganhou uma bolsa do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris).


Aqui, havia livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tacto, as formas das letras e aprendiam as palavras e frases.


Rapidamente o jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes e uma história curta enchia muitas páginas. O processo de leitura era muito demorado, a impressão de tais volumes era muito cara e em pouco tempo o menino tinha lido tudo que havia na biblioteca. Queria mais. Na ocasião, ele escreveu no seu diário:


“Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma.”


Como adorava música, tornou-se estudante de piano e violoncelo. O amor à música aguçou seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais.


Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema.


Um dia, ouviu falar de um capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A escrita nocturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel. Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz. Ora, se os soldados podiam, os cegos também podiam, pensou o garoto.


De imediato, procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno. Noite após noite e dia após dia, Louistrabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o. Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo e não queriam que tudo fosse por água abaixo…


Com persistência, Louis Braille foi mostrando o seu método e os meninos do instituto mostravam-se bastante interessados.


À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos 20 anos de idade, Louis chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos. O método Braille estava pronto. O sistema permitia também ler e escrever música.


A ideia acabou por encontrar aceitação!


Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis disse a um amigo: “Tenho a certeza de que minha a missão na Terra terminou. “Dois dias depois de completar 43 anos, Louis Braille faleceu de tuberculose. Nos anos seguintes à sua morte, o método espalhou-se por vários países. Finalmente, foi aceite como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que são cegos. Na França, a invenção de Louis Braille foi finalmente reconhecida pelo Estado. Em 1952, o seu corpo foi transferido para Paris, onde repousa no Panthéon.


Foi desta forma que os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou a sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física.


1 comentário:

  1. Enternecedores e Estimados Colegas:
    Um texto muito lindo sobre a origem da escrita para cegos e os seus percursores.
    "...De imediato, procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno. Noite após noite e dia após dia, Louistrabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o. Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo e não queriam que tudo fosse por água abaixo..."

    Um texto comovente, mas precioso e escrito com um coração gigante.
    Todos temos direito à felicidade e integração plena na sociedade de forma aceite e de bem-estar, aproveitando a vida e o que ela nos oferece de beleza e encanto.

    Uma vez, tive um aluno que era invisual e contrariava o espírito da disciplina: Educação Visual.
    Sabem, que brilhou e encantou. Tornou-se o meu melhor aluno. Pela dedicação, empenho e persistência do seu querer e vontade.
    Parabéns. Um texto claro e brilhante para seres humanos que são pessoas que devem usufruir da existência como todos nós.
    Sublime sentir, o vosso.
    Abraço amigo ao vosso sensacional sentir e ser.
    No maior respeito, estima e consideração.
    Sempre a admirar-vos.

    pena

    Bem-Haja, pela preciosidade que são e pelos belos e profundos textos que nos dão aconhecer.
    Parabéns renovados.,
    Adorei.
    VOCÊS são fantásticos.

    ResponderEliminar