As Aulas de campo da
Escola Básica 2, 3, Monsenhor Jerónimo do Amaral
No início da Primavera, bem no fim do 2º
período, quando o calor e a esperança do início das férias da Páscoa se fez
chegar ao 5ºG, uma professora de Ciências, Dr. Teresina Bezerra, convidou a
turma a deixar a sala de aula e a caminhar ao ar livre para uma aula de campo,
onde a observação da Natureza e do pequeno rio Tourinhas, um tanto oprimido
pela poluição, foram o objeto de aprendizagem, racionalizado pelos alunos, no
preenchimento de um questionário final.
Contudo, chegados à aula de Português, um
brilho nos olhos dos alunos, uma grande bola encontrada num riacho, trazida,
como uma relíquia, na qual combinaram pintar o Mundo, um aluno todo encharcado,
numa turma já de si aberta ao entusiasmo permanente de novas descobertas,
trouxeram à aula que lhe sucedeu na sequência do Horário, a ideia do início de
um filme de aventuras.
Aqui
deixamos, algum tempo depois, quando o calor parece de novo interessado em
trazer-nos o Verão, um recorte dos textos dos alunos, que provam que todos
iguais, todos diferentes.
Nenhum viu o mesmo que o outro, nem sentiu o
que o outro valorizou. Como numa orquestra, todos comunicaram de forma
diferente, havendo mesmo os que se inspiram mais poeticamente e escreveram
poemas.
Esta aula decorreu no dia 20 de Março de
2012. Depois do que lemos, temos vontade de propor a todos os professores mais
aulas destas, uma vez que se aprende mai , quando se experiencia e observa de
perto o objeto do conhecimento.
Talvez a luz possa de outra
forma, com todas as suas sensações e sinestesias, aumentar o conhecimento, testemunhado
pela própria Natureza.
O ribeiro do Tourinhas
Vai-nos espantar!
Quando de lá sairmos
Vamos ter muito que contar….(Diogo Fraga).
«Fomos investigar. E encontramos uma casa
velha, uma ponte romana, cinzas. E também havia lixo. Quando já estávamos para
vir embora, uma colega nossa encontrou uma bola de plástico gigante. Mas, logo
depois caiu na ribeira. Depois, quando vínhamos embora, encontrámos o Padre
Portelinha, que nos contou que foi ele a fundar, com outros professores, a
nossa Escola e a propor o nome do patrono, Jerónimo Amaral» (Diogo Fraga).
O rio Tourinhas
É muito curioso.
Precisamos de mineiros
Com um olhar curioso.
Os binóculos e as galochas
Que tivemos que usar,
Serviram de tochas
Para nos guiar.
Na ribeira do Tourinhas
Há muita vegetação
Minhocas e aranhas
E até um sardão.
Quero aqui deixar
Um grito de aflição
Para todos alertar
- Acabem com a poluição.
O pássaro que eu vi
Era azul e verde!
Estava a fazer um ninho
Ao longo da parede….
«Nós demorámos cerca de 15 minutos a chegar a Torneiros. Quando lá
chegámos, ficámos admirados com aquela frescura e beleza. Só que havia um
problema: a ribeira estava cheia de lixo doméstico.
Depois,
tirámos fotos às plantas, à ribeira e até a uma cegonha que vimos voar. Este
trabalho permitiu à Professora avaliar o nosso empenho ao observarmos a Natureza»
(Joana Pereira).
«Depois
de preenchermos um questionário, fomos observar o ribeiro de Torneiros. Nas
margens havia baldes velhos, latas e muitas árvores e ervas.
Nós
levantámos pedras e encontrámos lacraus, bichos-de-conta, minhocas…
Fomos
procurar o Pedro e viemo-nos embora». (Flávio Rei).
A ribeira
Até é bonitinha!
É pena haver lixo
Como ela lá tinha. (Graça Matos).
«Saímos
da Escola às 8 e 15. Passámos pelo parque e pelas ruas. Fiquei pasmada com o
que lá vi. Encontrámos ovos, fogueiras, pneus; saltámos uma rede. Quando
chegámos à Escola começámos a fazer um trabalho» (Graça Matos).
No meio do rio pode
Haver poluição.
Mas a culpa disso
É da população!
(Diogo Carvalho).
«Medimos a largura do rio e das profundidades. Houve um momento em que
vimos uma cegonha. Mas, infelizmente não conseguimos fotografá-la. (Diogo
Carvalho).
«Lá estavam três ferros, que estavam a fazer de ponte e vimos uma raiz
que parecia uma caverna. Nós, o Flávio, o Carlos, o João, o Gonçalo, o Ruben, o
Daniel, o Diogo fomos jogar uma bola. Quando viemos embora. viemos para a aula
de Português. Eu gostei muito desta viagem.» (Emanuel Martins).
A ribeira estava
Muito poluída!
É preciso tratar dela
Para que fique reluzida.
(Rita Brás).
«Quando
lá chegámos começámos logo a investigar. Alguns dos nossos colegas entraram na
ribeira. Medimo-la, retirámos bichos e encontrámos uma bola muito grande. A
ribeira estava muito poluída. Depois, fomos para junto da professora de
Ciências. Após tudo isto, acabámos a nossa visita de estudo. Regressámos
contentes e fomos para a aula de Português. Gostei muito da nossa visita».
(Rita Brás)
Olha a ribeira
Que linda que ela é!
É que foi nela
Que enterrei o pé.
A ribeira
Até tem piadinha!
É pena ter lixo
E ser tão bonitinha. (Marisa)
«Estivemos a tirar fotografias. Depois fomos para o outro lado. O meu
colega João tirou uma fotografia a uma cegonha. Depois, eu tirei uma fotografia
ao rio. Depois, o Pedro encontrou uma bola de plástico ,que deu para trazer
para terra. Eu e a Joana viemos com a bola. E fomos para a aula de Português.
Gostei muito da nossa visita» (Marisa Florindo).
«A nossa professora mandou-nos preencher o questionário da zona onde
estávamos. Quando vínhamos, o Pedro ficou todo encharcado. Tinha caído na
ribeira. E, quando viemos embora, cantámos até chegarmos à Escola…» (Gonçalo
Almeida).
Participaram
nesta aula de campo os alunos: Ana Bárbara; Carlos filipe; Daniel Teixeira,
Diogo Carvalho; Diogo Lourenço; Diogo Fraga; Duarte Mesquita, Emanuel Martins;
Flávio Rei, Gonçalo Almeida; Graça Matos; Hilário Duarte; Joana Pereira, João
Carlos, Maria de Fátima; Marisa Florindo; Pedro Florindo; Rita Brás¸ Ruben
Fernandes.
Professora de Ciências da Natureza, Teresina
Bezerra.
Professora
de Português, Isabel Lacerda Cabral-Trabalho
interdisciplinar dedicado aos encarregados de educação.
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